Paper Artist. Especialista em Quilling. Esses são os termos que melhor definem a artista.

De fato, trabalhar artisticamente o papel, através do Quilling, técnica que domina com magistral habilidade, tem sido, desde 2001, o que mais caracteriza seu labor artístico. Ao quilling, também denominado filigrana de papel ou paperolle, ela, muitas vezes, incorpora outras técnicas como aquarela, nanquim, origami e colagem.

Paciência, disciplina, concentração, habilidade, precisão e criatividade são fatores essenciais na execução de cada peça produzida por Cristiana Raulino, em seu delicado manuseio das finas tiras de papel, com as quais produz sua arte.

Derivada de técnicas de ourivesaria, o registro histórico concreto mais antigo sobre a técnica do quilling são os trabalhos executados por religiosas católicas italianas e francesas, que viviam em mosteiros de clausura, nos séculos XVII e XVIII. E foi da experiência do olhar atento, que “sente e saboreia internamente as coisas”, sobre essas obras que a artista afincou-se no estudo e na prática do quilling.

A temática trabalhada por ela é variada. No entanto, inegavelmente, sobressaem as representações religiosas, em consonância com a arte sacra cristã, notadamente as produzidas em estilo Barroco.

Em suas composições, os elementos estruturais (linha, forma, textura e cor) são especialmente realçados pela tridimensionalidade das obras.

Para acentuar o valioso caráter histórico da técnica que, outrora, tentou aproximar-se ao máximo do trabalho executado por ourives, quando, nos séculos XVII e XVIII, freiras enclausuradas ornavam missais e objetos de devoção com finíssimas tiras douradas de papel, que imitavam ouro, explica-se a recorrência dessa cor pela artista em suas representações religiosas. Além disso, retoma, com frequência, elementos estilísticos característicos dos retábulos barrocos como anjos, volutas, concheados e folhas de acanto estilizadas. Piauiense, natural de Teresina, com formação acadêmica em Letras e especialização em Docência do Ensino Superior.  O domínio que detém sobre a técnica do quilling foi adquirido ao longo de décadas de estudo e de prática, motivados por iniciativa própria. A artista não produz sobre encomenda. Cada obra é resultante de seu olhar particular sobre o tema.